Apesar de caro devido aos controladores e cabos, o Thunderbolt vem lentamente crescendo em popularidade, apesar do avanço do USB 3.0. Ao que tudo indica, ele deve assumir um nicho similar ao ocupado pelo Firewire no passado, servindo como uma opção mais rápida ao USB 3.0 para usuários profissionais. Muito provavelmente ele nunca chegará ao ponto de equipar todos os PCs e notebooks que chegam ao mercado, mas ele tende a se tornar mais comum, pelo menos nos modelos high-end.
Um bom exemplo de aplicação para o Thunderbolt é o GUS II da MSI, que utiliza o Thunderbolt para conectar uma GPU externa, através de um slot PCIe x16:
Esta é uma solução similar a outras GPUs externas que apareceram no passado, mas oferece um desempenho superior às anteriores pelo fato de a banda oferecida pelo Thunderbolt ser pouco superior a um slot PCIe x4, o que é ainda pouco, mas já é bem melhor do que um slot x1 como temos no Express Card. Na prática, ele é suficiente para usar uma GPU mid-range com uma perda de desempenho inferior a 10%, o que é satisfatório na maioria dos casos, considerando que o desempenho já será bem superior ao oferecido por qualquer GPU móvel e provavelmente a um custo inferior. A gaveta é capaz de alimentar placas de até 150 watts (usando uma fonte externa).
O crescimento do Thunderbolt levou a AMD a desenvolver um concorrente para uso em notebooks e netbooks baseados na plataforma Fusion, o Lightning Bolt, uma solução que utiliza o barramento USB 3.0 para oferecer uma solução mais lenta, porém também mais barata.
Assim como o Thunderbolt, o Lightning Bolt também utiliza um conector Mini DisplayPort e oferece suporte ao protocolo para a conexão de monitores externos. A grande diferença fica por conta do uso do USB 3.0 para transmissão de dados, em vez do PCI Express como no caso do Thunderbolt.
O design é baseado no uso de um muxer, que deve ser incluído nos notebooks. Ele é internamente conectado ao barramento USB 3.0 e à saída DisplayPort e faz ligação com um dock externo, que oferece as diferentes saídas. O padrão inclui suporte a até dois monitores externos a 1080p (ou três monitores usando resoluções mais baixas) e múltiplas saídas USB para a conexão de periféricos diversos.
O dock Lightning Bolt é um dispositivo relativamente simples, que no mundo imaginado pela AMD pode vir a custar apenas pouca coisa a mais que um hub USB 3.0. Isso pode realmente acontecer caso o padrão venha a se popularizar e os docks passem a ser fabricados em quantidade por diversos fabricantes, como no caso dos hubs USB, mas no início isso vai trazer uma situação complicada, já que os grandes fabricantes tendem a cobrar preços elevados pelos docks, o que pode torná-los produtos de nicho comprometendo a adoção do padrão. Vale lembrar que mesmo sendo tecnicamente superior, o Thunderbolt está encontrando dificuldades para se popularizar precisamente devido ao custo dos controladores e cabos. Se o Lightning Bolt cair no mesmo problema, ele não terá nenhuma chance.
Um segundo problema é a simples falta de utilidade real, já que o DisplayPort 1.2 já suporta o uso de mais de um monitor por porta em daisy-chain (sem falar no próprio Eyefinity da AMD, que também pode ser usado em notebooks) e não existe nenhuma dificuldade em conseguir mais portas USB simplesmente conectando um hub USB. Mesmo em termos de desempenho, o Lightning Bolt enfrenta problemas, com a AMD se apressando em anunciar que a interface de dados não oferecerá os 5 gigabits completos do USB 3.0, já que o controlador precisará reservar banda para o uso dos monitores, limitando as transferências de dados. Na prática, ele funcionará mais como um USB 2.5.
Em resumo, o Lightning Bolt é um conceito que oferece muitas falhas, e parece ter sido desenvolvido mais com o objetivo de oferecer algum tipo de alternativa ao Thunderbolt para sistemas da AMD, mais voltada para atrair investidores do que usuários. Pode ser que alguns fabricantes cheguem a lançar produtos incluindo a porta, mas a chance de o padrão fazer sucesso é muito pequena, devido à falta de verdadeira utilidade para ele. Mesmo o Thunderbolt está encontrando muitas dificuldades em ganhar espaço, já que os usuários estão em grande parte satisfeitos com a combinação de portas HDMI, mini-DP e USB 3.0 encontrada nos aparelhos atuais.
O lado positivo é que o Lightning Bolt adicionaria muito pouco ao custo dos dispositivos, já que além de algumas trilhas adicionais na placa-mãe e um conector adicional, o único componente necessário é o chip referente ao muxer, que custaria cerca de US$ 1 caso produzido em quantidade. Em outras palavras, se não tem tanta utilidade, ao menos o Lightning Bolt não encarecerá os dispositivos. A expectativa da AMD é que o padrão esteja finalizado ao longo do primeiro semestre e chegue ao mercado até o final do ano.
Enquanto isso, em Santa Clara, a Intel prepara o lançamento do Cactus Ridge, um controlador Thunderbolt mais barato, fruto de um processo mais avançado de integração, com o qual planeja tornar o padrão mais popular. Atualmente, existem duas opções de controladores no mercado, o Light Ridge (o chipset high-end, oferece duas portas, custa cerca de US$ 30) e o Eagle Ridge (a versão simplificada, que oferece apenas uma porta e custa cerca de US$ 20). Esta foto do iFixit mostra um Eagle Ridge:
Estes preços explicam o porquê de o Thunderbolt estar enfrentando tanta resistência, já que US$ 30 é mais do que um fabricante de tablets paga por um Tegra 3. O Cactus Ridge deve reduzir estes preços em cerca de 33%, tornando o Thunderbolt um padrão um pouco menos caro que é atualmente.
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