O NIC.br fez uma coletiva de imprensa ontem para divulgar os resultados da terceira edição do TIC Educação, uma pesquisa feita anualmente com o objetivo de identificar os usos das tecnologias de informação e comunicação nas escolas brasileiras. O estudo mostra que a diferença de disponibilidade de acesso à internet entre os estudantes de escola particular e pública ainda é grande: no primeiro grupo, apenas 9% não têm conexão no domicílio; no segundo, esse percentual sobe para assustadores 45%.


A baixa penetração de acesso à internet nas casas dos alunos de escolas públicas é compreensível devido ao alto custo, especialmente em áreas mais afastadas ou sem concorrência, onde apenas uma operadora oferece o serviço, muitas vezes com qualidade sofrível. Felizmente, 90% dos estudantes de escolas públicas declaram ter utilizado a internet nos últimos três meses, o que indica que eles pelo menos estão acessado a web em lan houses ou na própria escola.

Os alunos estão dominando a tecnologia com mais facilidade: 48% dizem ter aprendido a usar o computador sozinhos. Segundo o NIC.br, esta é a primeira vez que a forma de aprendizagem “aprendeu sozinho” foi a mais citada. Apenas 19% afirmam ter feito um curso específico e só 4% ainda não aprenderam a usar computador e/ou internet.

Entre os professores, a presença de computador ou conexão no domicílio é quase universal: 97% possuem computadores e 93% têm acesso à internet. 86% acessam a internet todos ou quase todos os dias. Entretanto, os docentes não usam tanto a internet pelo celular quanto os estudantes: 24% dos professores usaram conexões móveis; entre os alunos, o percentual é de 46%.


Diferentemente do que acontece nas casas, nas escolas o Linux está bem presente: 44% possuem computadores com o pinguim e 88% possuem máquinas com Windows. O sucesso do Linux é, em grande parte, puxado pelas escolas públicas, porque 57% delas possuem PCs com o sistema de código aberto, enquanto apenas 11% das escolas particulares têm Linux. Infelizmente, as escolas ainda sofrem com conexões lentas: a velocidade de acesso mais citada foi entre 1 e 2 Mb/s (25%).


Para chegar a esses resultados, o NIC.br coletou dados de 856 escolas públicas e privadas do Brasil, ouvindo professores de português e matemática, alunos dos ensinos fundamental e médio, além de coordenadores e diretores. A pesquisa é bem extensa e também inclui divisões por região do país e renda familiar.

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