O Linux Mint é uma distribuição Linux irlandesa. Possui duas versões: uma baseada em Ubuntu (com o qual é totalmente compatível e partilha os mesmos repositórios) e outra versão baseada em Debian.

Apesar disso, o Mint diferencia-se deles por incluir drivers e codecs proprietários por padrão e por alguns recursos que permitem fazer em modo gráfico configurações que em ambos os sistemas são feitas através do modo texto. Utiliza por padrão o desktop Gnome modificado, com um menu no painel inferior junto à barra de tarefas (o MintMenu), similar ao menu do KDE, ou o menu "Iniciar" do Windows. O propósito da distribuição é providenciar um sistema Linux que funcione "out-of-the-box", isto é, esteja pronto para uso assim que terminar a instalação. Dessa maneira, o único trabalho do usuário será o de personalizar a aparência, se desejar, e instalar programas extra, caso necessite. A concepção da interface de usuário é um pouco diferente, incluindo:

> Uma interface de usuário distinta e semi-independente, incluindo um melhorado do gerenciador de boot, layout do desktop, temas de gráficos, e menu exclusivo;
> Um forte foco em plena funcionalidade (por exemplo: drivers de WiFi incluídos, plugins completos para reproduzir formatos de mídia, resolução de tela automaticamente definido, etc. O Mint também inclui o Adobe Flash Player para que os utilizadores possam ver sites como YouTube sem ter que instalar qualquer outra coisa;
> As ferramentas do Linux Mint correspondem a uma coleção de utilitários de sistema cuja finalidade é tornar o sistema de gestão e administração mais fácil para usuários finais.

História

O Linux Mint surgiu em 2006 com o lançamento da versão beta chamada "Ada". O projeto não foi muito conhecido e divulgado nesta época, desta forma o desenvolvimento desta versão nunca chegou a versão estável.

Com o lançamento da versão 2.0 (codinome "Barbara") que ocorreu alguns meses depois, a distribuição atraiu a atenção de muitas pessoas dentro da comunidade Linux e começou a conquistar seu espaço. Utilizando o "feedback" dos membros de sua recém-criada comunidade, a distribuição liberou um rápida sucessão de lançamentos entre 2006 e 2008. Foram 5 versões neste período: 2.1 "Bea", 2.2 "Bianca", 3.0 "Cassandra", 3.1 "Celena" a 4.0 "Daryna".

A versão 2.0 "Barbara" era baseada no Ubuntu 6.10, utilizando, portanto, seus repositórios e seu código base. A partir daí, o Linux Mint seguiu sua própria base de código, construindo cada versão a partir da anterior, porém mantendo a utilização dos repositórios da versão mais recente do Ubuntu (apesar de nunca ter se tornado um fork). Isto resultou na manutenção da base entre os dois sistema operacionais de forma praticamente idêntica, o que garantiu uma grande compatibilidade entre eles.

Em 2008 o Linux Mint adotou o mesmo ciclo de lançamentos do Ubuntu, abandonando seu número de versão secundária antes de liberar a versão 5 "Elyssa". Neste mesmo ano, num esforço de aumentar a compatibilidade entre os dois sistemas operacionais, o Linux Mint abandonou seu código base, modificando a forma com que contruía suas versões. Começando com a versão 6 "Felicia", cada nova versão era agora completamente baseada na última versão lançada do Ubuntu, construída diretamente a partir dele e sendo lançada cerca de um mês após a versão correspondente do Ubuntu (ou seja, geralmente em maio e novembro).

Em 2010 foi lançada a versão Linux Mint Debian Edition. Ao contrário das outras versões baseadas no Ubuntu, esta versão é baseada diretamente no Debian, não estando, portanto, vinculada aos pacotes do Ubuntu ou sua agenda de lançamento.

Os lançamentos das versões do Linux Mint baseadas no Ubuntu ocorrem pouco depois do lançamento das versões equivalentes do Ubuntu, e utiliza uma numeração sem casas decimais (p. ex.: "Linux Mint 8", em comparação com "Ubuntu 9.10"). Os nomes-código são sempre nomes de mulheres que terminam com a letra "A". A versão atual, baseada no Ubuntu 12.04 (Precise Pangolin) recebeu o codinome de "Maya". Já a versão baseada no Debian é rolling release, e o DVD de instalação sempre inclui os pacotes mais recentes.

Em relação ao Ubuntu, o Linux Mint tem outro sistema de atualização. Em vez de usar a atualização incremental - ou seja, instalar a nova distribuição modificando automaticamente os repositórios e substituindo os pacotes antigos pelos pacotes novos, o Linux Mint encoraja o usuário a fazer uma instalação "limpa", gravando um novo CD/DVD e reinstalando todo o sistema. Para isso, disponibiliza uma ferramenta de backup, que grava a lista de repositórios e pacotes baixados e os arquivos da pasta pessoal, desta forma poupando tempo do usuário.

Edições

O Linux Mint tem várias versões baseadas no Ubuntu, disponíveis em diferentes ambientes de trabalho. Além delas, a distro também possui uma versão baseada no Debian.

Abaixo vocês conferem as diferentes edições da distro:

Main Edition: Edição baseada no Ubuntu que permite aos usuários escolher entre o Cinnamon e MATE como ambiente de trabalho padrão. Além deles, a equipe de desenvolvimento da distro também desenvolve edições com os ambientes KDE Plasma e Xfce por padrão;

OEM: Edição da distro com foco nos distribuidores e fabricantes de PCs;

No codecs: Também temos a versão "No codecs", anteriormente conhecida como "Universal Edition". Seu foco está nas companhias e distribuidores dos EUA, Japão e demais países onde patentes sobre softwares exijam a aceitação de licenças de terceiros. Apesar disso, codecs multimídea podem ser instalados a qualquer momento, através de um link na tela de Boas-vindas (Welcome screen);

Linux Mint Debian Edition (LMDE): A versão baseada em Debian, oficialmente batizada "Linux Mint Debian Edition" (LMDE), utiliza os repositórios Debian e dos próprios mantenedores do Linux Mint. Considerando os codecs e plugins automaticamente instalados, determinadas aplicações específicas e temas visuais para o sistema, o LMDE é uma instalação Linux sem maiores modificações de um sistema Debian.

Características

O Linux Mint utiliza principalmente software-livre e de código aberto, com exceções para alguns softwares proprietários como plug-ins e codecs que fornecem Adobe Flash, Java, MP3 e reprodução de DVD. A maioria das distribuições Linux não incluem softwares proprietários por padrão, já que possuem o objetivo comum de aderir ao modelo de software livre e de código aberto.

O Linux Mint vem instalado com uma ampla gama de softwares, tais como o LibreOffice, Firefox, Thunderbird, XChat, Pidgin e GIMP. Softwares adicionais, que não são instalado por padrão, podem ser baixados através do gerenciador de programas. A distro também permite que as portas de rede possam ser fechadas através de seu firewall, com a seleção de portas de forma personalizada. Os ambientes de trabalho padrão do Linux Mint, MATE e Cinnamon, suportam vários idiomas diferentes. Na distro, também é possível rodar muitos programas projetados para o Microsoft Windows (como o Microsoft Office), utilizando o software Wine ou um software de virtualização (como o VMware Workstation ou o VirtualBox).

A distro é disponibilizada em vários ambientes de trabalho, incluindo o Cinnamon, MATE, Plasma Desktop e Xfce. Outros ambientes podem ser instalados via APT. Além disso, seus desenvolvedores desenvolvem ativamente softwares para o sistema operacional, sendo a maioria deste trabalho feito em Python. O código fonte está disponibilizado no GitHub.

Softwares desenvolvidos pela equipe do Mint

Cinnamon: Um fork do GNOME Shell, baseado nas inovações do Mint Gnome Shell Extensions (MGSE). Este ambiente foi inicialmente lançado como um "add-on" para o Linux Mint 12, sendo posteriormente disponibilizado como ambiente padrão no Linux Mint 13;

Software Manager (mintInstall): Permiti-nos rodar arquivos .mint, os quais contém instruções para instalar pacotes. Esta ferramente foi renovada, permitindo-nos visualizar todos os aplicativos no portal de software do Mint (offline), desde que você tenha uma conexão com a Internet para baixar as informações primeiro. Também nos permite instalar quaisquer dos programas listados diretamente no desktop, ao invés de fazê-lo pelo site. A opção de utilizar o antigo MintInstall ainda está disponível, através da qual você pode ir até os repositórios do Ubuntu ou ao website Getdeb.net para fazer uma pesquisa;

Update Manager (mintUpdate): Projetado para evitar que usuários inexperientes instalem atualizações desnecessárias ou que exijam um certo nível de conhecimento para configurá-las adequadamente. Este aplicativo atribui a cada atualização um nível de segurança (de 1 a 5), baseado na estabilidade e/ou necessidade de atualização. Pode ser configurado para avisar os usuários sobre novas atualizações, listá-las mas não notificá-los ou escondê-las por padrão. Além das atualizações específicas da distro, a equipe de desenvolvimento testa todas as demais atualizações;

Main Menu (mintMenu): Um menu avançado com filtragem, instalação e remoção de softwares. Este menu também foi portado ao MATE no linux Mint 12 Lisa;

Backup tool (mintBackup): Permite-nos fazer o backup e/ou restaurar arquivos, configurações e seleções favoritas, de forma que possamos facilmente realizar um upgrade para versões mais recentes;

Upload Manager (mintUpload): Permite-nos definir serviços de upload para servidores FTP, SFTP a SCP. Os serviços ficam, então, disponíveis na bandeja do sistema, onde você pode facilmente arrastar e soltar arquivos para que sejam enviados aos seus destinos correspondentes;

Domain Blocker (mintNanny): Basicamente é uma ferramente de controle dos pais. Permite-nos, de forma manual, adicionar domínios que devem ser bloqueados. Esta ferramenta foi introduzida no Linux Mint 6;

Desktop Settings: Ferramente que permite a configuração e customização da área de trabalho de forma bastante simples e prática;

Welcome screen (mintWelcome): Introduzido no Linux Mint 7, este aplicativo aparece quando relizamos o primeiro login em uma nova conta. Basicamente seu trabalho é mostrar uma janela de boas-vindas aos usuários do Linux Mint, fornecendo links para o website da distro e da comunidade, além do guia de usuário;

Remastering tool (mintConstructor): Ferramenta para remasterização do Linux Mint. Ela não é instalada por padrão, mas está incluída nos repositórios e é utilizada pelos desenvolvedores para criar arquivos ISO. Usuários interessados em criar sua própria distro baseadas no Linux Mint também podem utilizá-la.

Mint Gnome Shell Extensions (MGSE): Conjunto de extensões do GNOME 3 cujo objetivo é deixá-lo parecido com o GNOME 2. Entre elas encontramos um painel, um menu de aplicativos, uma lista de janelas, um desktop centrado em tarefas (isto é, permite que nos movamos entre as janelas, não entre os aplicativos) e ícones da bandeja do sistema. Foi projetado para dar aos usuários uma ambiente de trabalho tradicional, sendo incluído pela primeira vez no Linux Mint 12 (Lisa).


Mint4Win

Mint4Win é um método de instalação do Linux Mint em dual-boot feito com base no Wubi (para Ubuntu). A instalação por esse método é muito mais fácil, segura e rápida, podendo inclusive ser feita por quem não têm um conhecimento muito avançado de informática. A instalação cria um disco rígido virtual, sendo que o Linux Mint é instalado dentro dele, evitando assim a necessidade de particionamento do disco.

Vantagens

Não é necessário particionar o disco rígido, algo que exige conhecimento avançado e pode ocorrer em erros;
Qualquer erro que possa acontecer na instalação afetará apenas o Linux Mint, ficando a instalação do Windows intacta e funcionando;
A desinstalação pode ser feita em segundos através do Painel de Controle do Windows. (No método tradicional de dual-boot, a desinstalação do Linux Mint exigiria mais tempo e conhecimentos avançados).


Instalação

A instalação pelo Mint4Win só está disponível na versão 64 bits (ou x64) do Linux Mint e é suportado no Windows XP, Vista e 7. Para realizá-la bastaria montar a imagem ISO do Linux Mint com um programa emulador (Por exemplo: Daemon Tools), e executar o arquivo mint4win.exe. Digite um nome de usuário e senha e clique em "Instalar". Ao reiniciar o computador, a opção de boot já estará disponível. Porém, na primeira vez, o computador levará de 15 a 20 minutos para realizar a instalação.

Galeria de Imagens

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Requerimento do sistema


Desenvolvimento

Usuários individuais e companhias que utilizam o sistema operacioanal também realizam doações, parcerias, além de patrocínios a distro. A equipe do Linux Mint se baseia no feedback de seus usuários para tomar decisões e orientar o seu desenvolvimento. O blog oficial, por exemplo, frequentemente apresenta debates e discussões onde se pede aos usuários que expressem sua opinião sobre os últimos recursos ou decisões implementadas. Novas ideias podem ser apresentadas, além de comentadas e classificadas num ranking pelos usuários através do website da comunidade.

Esta mesma comunidade de usuários utiliza o Launchpad para participar na tradução do sistema operacional e no relato de bugs.

A cada nova versão, recursos são adicionados e desenvolvidos pela comunidade. No Linux Mint 9, por exemplo, tivemos a contribuição de um usuário com o recurso que permite a edição de itens do menu.

Os membros da equipe de desenvolvimento estão espalhados por todo o planeta e se comunicam através de Fóruns, e-mails e IRC.

Os comentários postados são monitorados e posteriormente debatidos pelos membros da equipe de desenvolvimento e usuários da comunidade.

Classificação de pacotes

A equipe do Linux Mint divide seus repositórios de softwares em quatro componentes, de forma a refletir as diferenças quanto a sua natureza ou origem.

São eles:

main: Inclui apenas softwares desenvolvidos pela equipe do Linux Mint;

upstream: Inclui softwares presentes no Ubuntu mas corrigidos ou modificados pela equipe do Linux Mint. Como resultado, o software presente aqui comporta-se diferentemente em cada distribuição. Como exemplos temos: Grub, Plymouth, Ubiquity, Xchat, USB Creator e o Yelp (o sistema de ajuda);

import: Inclui softwares que não estão disponíveis no Ubuntu ou que não possui versões recentes no ubuntu. Como exemplos temos: Opera, Picasa, Skype, Songbird, Adobe Flash plugin 64-bit e o Frostwire.

romeo: Softwares não incluídos por padrão. São utilizados pela equipe do Mint para testar pacotes antes que eles sejam incluídos em outro componente. Como tal, ele representa o ramo instável do Linux Mint.

Além dos citados acima, há um componente "backport" nos repositórios do Linux Mint. Este componente está lá para portar versões mais recentes dos softwares para as versões mais antigas da distro, porém sem afetar os outros componentes.

Fonte : Linux Mint Brasil


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