A numeração das versões é baseada na numeração do Red Hat Enterprise Linux. Por exemplo, o CentOS 4 é baseado no Red Hat Enterprise Linux 4. A diferença básica entre um e outro é o fornecimento de suporte pago na aquisição de um Red Hat Enterprise Linux. Funcionalmente, pode-se considerar os sistemas clones.
CentOS proporciona um grande acesso aos softwares padrão da indústria, incluindo total compatibilidade com os pacotes de softwares preparados especificamente para os sistemas da Red Hat Enterprise Linux. Isso lhe dá o mesmo nível de segurança e suporte, através de updates, que outras soluções Linux Enterprise, porém sem custo.
Suporta tanto ambientes de servidores para aplicações de missão crítica quanto ambientes de estações de trabalho e ainda possui uma versão Live CD.
CentOS possui numerosas características, incluindo: uma comunidade activa e crescente, um rápido desenvolvimento e teste de pacotes, uma extensa rede para downloads, desenvolvedores acessíveis, múltiplos canais de suporte incluindo suporte em português e suporte comercial através de parceiros.
Ele é, basicamente, uma versão gratuita do RHEL, que possui um excelente histórico de segurança e conta com uma boa estrutura de suporte comunitário e atualizações pontuais de segurança, qualidades que o tornam uma das distribuições Linux mais populares em servidores, sobretudo em servidores web.
Se você está interessado na estabilidade do Red Hat Enterprise, ou precisa rodar softwares como o Oracle, que são suportados apenas nele, mas não tem como pagar caro pelo sistema, o CentOS é a sua melhor opção.
Arquiteturas
O CentOS está disponível nas mesmas arquiteturas que o Red Hat Enterprise Linux:
Red Hat x RHEL x CentOS x Fedora:
Para quem está chegando agora, o Red Hat Linux foi uma das primeiras distribuições Linux a conquistar um grande público. A primeira versão foi lançado em 1994 e o sistema conseguiu ganhar espaço tanto entre os desktops (devido à relativa facilidade de uso) quanto entre os servidores, devido à boa estabilidade do sistema. O Red Hat Linux foi descontinuado em 2004, dando lugar ao Fedora, que é desenvolvido de forma colaborativa e às diferentes versões do Red Hat Enterprise (também chamado de RHEL), a versão comercial do sistema, destinada a grandes empresas.
O Red Hat Enterprise possui um ciclo de desenvolvimento mais lento (que prioriza a estabilidade) e tem suas versões suportadas por um período de nada menos do que 7 anos após o lançamento. Para quem está acostumado com o rápido ritmo de desenvolvimento das distribuições Linux domésticas, um sistema que é suportado por 7 anos pode soar estranho, mas dentro do ramo corporativo este é um diferencial importante, já que atualizar os desktops e os servidores é sempre um processo arriscado e caro (devido à mão de obra necessária, necessidade de treinar os funcionários, etc.), de forma que ciclos de desenvolvimento mais lentos e previsíveis são preferidos. Veja o caso do Windows, por exemplo, muitas empresas ainda usam servidores com o 2000 Server, ou mesmo com o NT 4.
O RHEL é fornecido apenas em conjunto com um plano de suporte e não pode ser redistribuído em seu formato binário. Entretanto, todo o código fonte está disponível, de forma que alguém que pacientemente compile cada um dos pacotes disponibilizados pela Red Hat, acaba obtendo uma cópia completa do sistema, que pode ser usada para todos os fins.
O CentOS nada mais é do que um Red Hat Enterprise compilado a partir do código fonte disponibilizado pela Red Hat, com os logotipos as marcas registradas removidas. Isso garante que os dois sistemas sejam binariamente compatíveis (ou seja, um software compilado para rodar no Red Hat Enterprise roda também na versão correspondente do CentOS sem precisar de modificações) e todos os passos de instalação e configuração dos dois sistemas são idênticos, o que faz com que toda a documentação do Red Hat Enterprise se aplique também ao CentOS.
Ao aprender a trabalhar com o CentOS, você automaticamente aprende a trabalhar com o Red Hat Enterprise e vice-versa. A grosso modo, podemos dizer que o Fedora é uma versão comunitária de desenvolvimento do Red Hat Enterprise, enquanto o CentOS é uma cópia praticamente exata do sistema.
Com relação às versões, o Red Hat Enterprise 4 foi baseado no Fedora Core 3, enquanto o Red Hat Enterprise 5 foi baseado no Fedora Core 6 e o Red Hat Enterprise 6 será baseado no Fedora 9. As versões do CentOS seguem as versões do Red Hat Enterprise, de forma que o CentOS 5 corresponde ao Red Hat Enterprise 5 e assim por diante:
Fedora Core 3 > Red Hat Enterprise Linux 4 > CentOS 4
Fedora Core 6 > Red Hat Enterprise Linux 5 > CentOS 5
Fedora 9 > Red Hat Enterprise Linux 6 > CentOS 6
Novas versões do Red Hat Enterprise são disponibilizadas a cada 18 ou 24 meses, mas recebem um grande volume de atualizações e correções de segurança durante este período. Isso leva ao lançamento de sub-versões com as atualizações pré-instaladas, como o Red Hat Enterprise 4.6 e o Red Hat Enterprise 5.1, que são sempre seguidas pelas versões correspondentes do CentOS.
Assim como o sistema principal, as atualizações e correções de segurança são disponibilizados pela equipe do CentOS, novamente através de pacotes compilados a partir dos códigos fontes disponibilizados pela Red Hat. As atualizações do CentOS são tipicamente disponibilizadas entre 24 e 72 horas depois das do Red Hat Enterprise (o que é impressionante considerando que se trata de um projeto voluntário), mas muitas atualizações críticas são disponibilizadas muito mais rápido, em poucas horas. Assim como o Red Hat Enterprise, todos os releases do sistema são suportados recebem atualizações de segurança por um período de 7 anos. Com isso, o CentOS 4 será suportado até 2012 e o CentOS 5 será suportado até pelo menos 2013.
A grande diferença entre o CentOS e o Red Hat Enterprise é a questão do suporte, já que, embora caro, o suporte oferecido pela Red Hat é bastante personalizado e os profissionais passam por um exame de certificação exigente (o RHCE) que mistura testes teóricos e práticos. Em servidores de missão crítica, usar o Red Hat Enterprise e pagar pelo suporte é geralmente uma boa opção, já que além de ajuda na implementação, você tem uma equipe pronta para agir em caso de problemas inesperados. Para os demais casos, você pode perfeitamente utilizar o CentOS contando com o suporte comunitário oferecido através dos fóruns do projeto.
O CentOS é também bastante similar ao Fedora, mas nesse caso as diferenças são mais evidentes, já que versões recentes do Fedora são baseadas em pacotes mais atuais, o que invariavelmente leva a mudanças no sistema. De qualquer forma, os passos básicos de instalação e a configuração geral dos dois sistemas são praticamente iguais, de forma que as dicas desse tópico se aplicam também ao Fedora.
Comparar o CentOS e o Fedora para uso em servidores desperta argumentos similares aos de uma comparação entre o Ubuntu e o Debian. O CentOS segue as versões do Red Hat Enterprise, que possui um ciclo de desenvolvimento muito mais longo, onde a principal preocupação é a estabilidade do sistema. O Fedora, por sua vez, é desenvolvido em torno de ciclos muito mais curtos, com uma nova versão sendo disponibilizada a cada 6 meses.
Por um lado isso é bom, já que você tem acesso a versões mais atuais dos pacotes, mas por outro lado é ruim, pois o lançamento mais freqüente de novas versões aumenta sua carga de trabalho como administrador, já que o sistema precisa ser atualizado mais freqüentemente.
Além de serem mais espaçadas, as versões do CentOS recebem atualizações de segurança por um período muito mais longo, que torna a vida útil das instalações muito maior. Um servidor rodando a versão mais atual do CentOS poderia ser mantido em serviço por até 7 anos, recebendo apenas as atualizações de segurança, o que não seria possível no Fedora, onde o suporte às versões antigas é encerrado muito mais rapidamente.
Em resumo, se você não se importa de utilizar softwares ligeiramente antigos e quer um servidor que ofereça um baixo custo de manutenção e possa ser usado durante um longo período sem riscos, o CentOS é mais recomendável. Se, por outro lado, você precisa de versões recentes do Apache, Samba ou outros serviços, ou se tem alguma preferência pessoal em relação ao Fedora, também pode utilizá-lo sem medo.
Embora o Fedora seja em teoria menos estável que o CentOS, ambas as distribuições podem ser consideradas bastante estáveis. Poderíamos dizer que o CentOS é "99% estável" enquanto o Fedora é "98% estável". Ou seja, existe diferença, mas ela é relativamente pequena.
Usando o yum
O yum (Yellow dog Update, Modified) é o gerenciador de pacotes usado por padrão no CentOS, no Fedora e no Red Hat Enterprise. O yum foi originalmente desenvolvido pela equipe do Yellow Dog (uma distribuição baseada no Red Hat, destinada a computadores com chip PowerPC) e foi sistematicamente aperfeiçoado pela equipe da Red Hat, até finalmente assumir o posto atual.
O yum trabalha de forma bem similar ao apt-get, baixando os pacotes a partir dos repositórios especificados nos arquivos de configuração, junto com as dependências necessárias. Assim como o apt-get, ele é capaz de solucionar conflitos automaticamente e pode ser também usado para atualizar o sistema. Essencialmente, o yum e o apt-get solucionaram o antigo problema das dependências (um pacote precisa de outro, que por sua vez precisa de um terceiro) que atormentava os usuários de distribuições mais antigas.
Existem muitas diferenças entre o CentOS e o Debian, uma delas é o formato dos pacotes utilizados: o CentOS utiliza pacotes .rpm, enquanto o debian utiliza pacotes .deb. Ambos também utilizam repositórios separados, com pacotes construídos especificamente para cada uma das duas distribuições, de forma que existem algumas diferenças nos nomes dos pacotes e arquivos de configuração usados.
Diferente do apt-get, onde você precisa rodar o "apt-get update" antes de cada instalação para atualizar a lista de pacotes, o yum faz a atualização automaticamente cada vez que uma instalação é solicitada, checando os repositórios, baixando os headers do pacotes e calculando as dependências antes de confirmar a instalação, como nesse exemplo:
Clique na imagem para ampliar:
Isso faz com que a instalação de pacotes usando o yum seja um pouco mais demorada que usando o apt-get. Ou seja, ganha-se de um lado mas perde-se do outro. :)
Para instalar um pacote, use o comando "yum install", como em:
# yum install mysql-server
Para removê-lo posteriormente, use:
# yum remove mysql-server
O yum possui também um recurso de busca, que é bastante útil quando você está procurando por um pacote, mas não sabe o nome exato, ou em casos de pacotes que possuem nomes diferentes em relação a outras distribuições. Use o comando "yum search", seguido por alguma palavra ou expressão, que faça parte do nome do pacote ou descrição, como em:
# yum search samba
Galeria
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