O NFC é uma tecnologia criada para permitir a comunicação entre dois dispositivos, não mais do que isso. O princípio é simples: um deles faz o papel de Initiator, respondendo pela tarefa de iniciar a comunicação e controlar a troca de informações. O outro faz o papel de Target, devendo responder às solicitações do Initiator.

A comunicação é estabelecida mediante radiofrequência, a partir da faixa de 13,56 MHz, com a velocidade de transmissão de dados variando entre 106, 212 e 424 Kb/s (kilobits por segundo). Mais recentemente, passou a ser possível também trabalhar com a taxa máxima de 848 Kb/s, embora não oficialmente. Como já mencionado, a distância máxima entre os dois dispositivos normalmente é de 10 cm.


A transmissão pode ocorrer de dois modos:

- Passivo: neste modo, apenas um dos dispositivos (normalmente, o Initiator) gera o sinal de radiofrequência da conexão. O segundo é apenas alimentado por este. Com isso, é possível colocar etiquetas NFC em itens que não recebem alimentação elétrica direta, como cartões, embalagens e cartazes;

- Ativo: no modo ativo, ambos os dispositivos geram o sinal de rádio. É o modo que é utilizado, por exemplo, em um sistema de pagamento envolvendo um smartphone e um receptor no caixa de uma loja.

Há de considerar ainda a existência de três modos de operação, que juntos aumentam as possibilidades de uso do padrão:

- Leitura e gravação: tendo como base a comunicação passiva, permite leitura ou alteração de dados existentes em um dispositivo NFC, como um receptor que desconta créditos registrados em um cartão de viagens;

- Peer-to-peer: é um modo para troca biredicional de informações entre os dois dispositivos, ou seja, cada um pode tanto receber quanto enviar dados para o outro. Pode ser útil, por exemplo, para a troca de arquivos entre dois celulares;

- Emulação de cartão: neste modo, o dispositivo NFC pode se passar por um cartão inteligente, de forma que o aparelho leitor não consiga distinguir um do outro.

O vídeo abaixo mostra o Nokia NFC em ação, um serviço que permite o compartilhamento de músicas, fotos e afins via NFC, além de interação para jogos. É um exemplo de operação peer-to-peer:


É interessante notar que o NFC tem a capacidade de manter uma comunicação estabelecida mesmo quando os dispositivos envolvidos se afastam fisicamente. Neste caso, a conexão é estabelecida inicialmente via NFC e, posteriormente, uma tecnologia de comunicação sem fio de maior alcance entra em ação: Bluetooth ou Wi-Fi.

Segurança do NFC

A tecnologia NFC, quando devidamente aplicada, pode facilitar e muito a vida do usuário por ser rápida e não ter implementação excessivamente complexa. No entanto, pouco adianta oferecer estas vantagens se o aspecto da segurança não for considerado, não é mesmo?

A princípio, o fato de a comunicação entre dois dispositivos NFC exigir uma distância muito pequena é, por si só, uma forma de segurança eficiente, afinal, dificulta consideravelmente a interceptação do sinal. Por outro lado, não torna esta ação impossível. Além disso, é importante considerar que, se usuário perder seu dispositivo móvel, a pessoa que encontrá-lo pode se passar por ele e lhe causar transtornos ainda maiores.

Para lidar com isso, uma das armas do NFC é o protocolo SWP (Single Wire Protocol). Trata-se de uma interface que oferece comunicação segura entre o cartão SIM (popularmente conhecido como "chip de celular") e o chip NFC do aparelho. O problema é que o protocolo SWP não é amplamente adotado (pelo menos até o fechamento deste artigo), até porque não se trata de uma solução totalmente pronta.

Por este motivo, atualmente é mais conveniente aplicar procedimentos de segurança nas aplicações, como utilizar criptografia nas transações e funcionalidades de autenticação. No já mencionado Google Wallet, por exemplo, os recursos de segurança permitem ao usuário bloquear o acesso aos seus dados ou mesmo transferí-los para outro aparelho em caso de perda ou roubo de seu celular.

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