Um escândalo político envolvendo privacidade surgiu nos EUA. O governo americano foi acusado de monitorar registros telefônicos dos clientes da operadora Verizon, fato confirmado pela Casa Branca pouco tempo após a publicação da denúncia. Agências do governo também teriam se unido para obter acesso aos servidores de nove empresas de tecnologia, incluindo Facebook e Google.

De acordo com o jornal britânico The Guardian, a Agência de Segurança Nacional (NSA) está “coletando registros telefônicos de milhões de clientes da Verizon”. Os dados incluem os números e a localização de quem fez ou recebeu a ligação, bem como a duração e a localização de todas as chamadas efetuadas. Os números IMSI e IMEI dos aparelhos também são colhidos.

Desde os atentados de 11 de setembro de 2001, a NSA possui autorização para coletar dados como registros telefônicos e relatórios de uso de internet para combater possíveis ameaças de terrorismo, mas pensava-se que essas informações eram obtidas apenas de pessoas suspeitas, não de toda a população.

A presidente do Comitê de Inteligência do Senado, Dianne Feinstein, confirmou que o monitoramento dos registros telefônicos da população acontece há anos, de forma secreta. A Casa Branca defendeu a postura da NSA, declarando que a coleta de dados é “uma ferramenta fundamental para proteger o país de ameaças terroristas”.

Guardian e Washington Post também quebraram o sigilo sobre o PRISM: trata-se de um programa secreto do governo dos EUA que deu à NSA o poder de acessar diretamente os servidores de grandes empresas de tecnologia.

Logo, se você usa produtos da Microsoft, Apple, Google, Facebook, Yahoo, AOL, Skype, PalTalk ou YouTube, seus dados privados poderiam ser acessados pelo governo. E como você está lendo esse artigo neste exato momento, certamente usa os serviços de pelo menos uma dessas empresas. O Washington Post diz que a coleta de dados é feita quando, usando determinados algoritmos, o governo detecta que uma pessoa é estrangeira com pelo menos 51% de certeza.

O PRISM poderia coletar diversos tipos de informações, incluindo emails do Gmail, arquivos do Google Drive e termos de busca, além de áudio, vídeo, texto e arquivos transferidos pelo Skype. Isto não é ilegal: essa atividade é protegida por lei desde 2007, quando o congresso americano aprovou o Protect America Act.

Para obter acesso aos dados dos usuários, a NSA teria o apoio das próprias empresas de tecnologia. A Microsoft, primeira a entrar no acordo, supostamente iniciou sua participação em 2007. Nos anos seguintes, Yahoo (2008); Google, Facebook e PalTalk (2009); YouTube (2010); Skype e AOL (2011) e Apple (2012) aderiram ao PRISM. O próximo a entrar no programa do governo seria o Dropbox.

Fonte: Tecnoblog

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