A Google é conhecida como a “gigante da web” não por acaso. O verdadeiro império virtual que a empresa conquistou impressiona e a coloca como a mais bem-sucedida das companhias surgidas e consolidadas com a expansão da internet em todo o planeta.
Mas as empreitadas da Google transcendem os limites da rede e alcançam o mundo físico, seja com o lançamento de portáteis ou ainda com a concepção do seu Chromebook. Há ainda uma face mais “oculta” dos projetos da Google, pensados e desenvolvidos no misterioso Google X (também grafado de Google [x]) sob a supervisão de ninguém menos do que Larry Page, diretor-executivo e cofundador da empresa.
Você já deve ter ouvido falar do Google X e, se ainda não ouviu, já teve notícias da mais famosa de suas criações, o Google Glass. Além dos óculos inteligentes, lá também se trabalha em carros autônomos, e, recentemente, uma fabricante de hélices para turbinas eólicas foi adquirida pelo laboratório, aumentando ainda mais a curiosidade sobre o que pode vir adiante.
Mas há muito mais histórias por dentro das paredes do Google X...
Prédio simples, bicicletas e gente repensando o futuro
Recentemente, um repórter do Bloomberg Businessweek visitou as instalações do Google X e as descreveu como “um edifício comum de dois andares de tijolos à vista a cerca de um quilômetro do campus central da Google. Há uma fonte borbulhante à frente e corredores de bicicletas cedidas pela companhia, que são usadas pelos empregados como transporte para o campus central”.
De forma resumida, é possível afirmar que no laboratório a Google tenta repensar o futuro e o agora conhecido Google Glass é um bom exemplo disso. Um dispositivo com ar futurista, como aqueles saídos de um filme de ficção científica, e que diz bastante sobre a intenção da Google com seu laboratório misterioso.
2005: passo inicial
Outro projeto já conhecido em desenvolvimento no Google X é o de um veículo autônomo, ou seja, que dispensa um piloto humano para ser guiado. O projeto de um carro sem motorista foi revelado ao mundo em outubro de 2010 e, no ano seguinte, a companhia já mostrava que seu potencial convencia as autoridades.
Após lobby da Google, o estado de Nevada aprovou uma norma que permitia ao departamento de trânsito legislar sobre o tráfego de carros autônomos. Em seu relato, Stone afirma que “sentar em um banco de passageiros do carro sem motorista da Google é um teste de fé”, pois ele trafega pelas movimentadas ruas do Vale do Silício a quase 90 km/h.
Mas isso tudo começou há cerca de 8 anos, quando Larry Page encontrou o cientista da computação da Universidade de Stanford Sebastian Thrun. O encontro se deu no Darpa Grand Challenge, desafio no qual Thrun e sua equipe de estudantes apresentavam um veículo autônomo.
Em comum, eles tinham a ideia de que a inteligência artificial poderia servir a humanidade de maneira positiva, e a partir dessa amizade muita coisa aconteceu para ambos. Dois anos mais tarde, Page convidou Thrun e sua equipe para trabalharem no projeto do Street View e, em 2010, a dupla foi a grande responsável pela fundação do Google X.
Superando os limites da academia
Protótipos e relatórios diversos passam pelas instalações do Google X todos os anos. A própria Google assumiu que mais de 100 projetos estão em desenvolvimento dentro do laboratório, e é bem provável que jamais tenhamos qualquer contato com a maioria deles. As ideias trabalhadas ali têm em comum sempre o fato de parecerem fora da realidade.
Como descreveu o site Gigaom em matéria sobre Astro Teller, famoso cientista que atualmente trabalha no Google X e é conhecido como “Captain of Moonshots” (Capitão dos Lançamentos à Lua, em tradução livre), os projetos ali apresentam um “nível Peter Pan de criatividade”.
Esse tino para pensar além da realidade acaba dando ao Google X uma posição privilegiada em relação aos centros de pesquisas instalados em universidades públicas ou privadas. Para Chris Urmson, líder do projeto de carros autônomos da companhia, “a Google acredita e nos permite fazer coisas que não seriam possíveis na academia”.
Carro autônomo da Google |
E ele prossegue afirmando que Larry Page e Sergey Brin, os cofundadores do buscador mais usado no mundo, “têm essa ideia de que melhorias incrementais não são boas o suficiente. A escala para o sucesso está no quanto nós conseguimos pegar isso no mundo e fazer coisas audaciosas”.
O objetivo do Google X é, então, trabalhar em ideias criativas de forma científica e levar isso para o mundo, para fora do laboratório. A política atual da companhia é a de focar-se em dois projetos em fases anuais — carro autônomo e Google Glass são as bolas da vez.
Criativos até demais
Como dito anteriormente, a Google confirma que mais de 100 projetos estejam em algum estágio de desenvolvimento dentro do Google X. E eles vão de itens palpáveis, como o Google Glass, até coisas ainda bem distantes da nossa realidade. Há quem diga que a empresa já considerou um projeto de sistema de teletransporte e outro de elevador espacial — este já negado pela companhia.
Futuro: energia limpa e IA
Se o Google X pretende repensar o futuro, para o laboratório ele deve ser composto de inteligência artificial (IA). Exemplos disso podem ser o já citado carro autônomo e também um cérebro artificial com 16 mil núcleos capaz de aprender algumas coisas também de forma autônoma.
Recentemente, a Google adquiriu a Makani Power, uma fabricante estadunidense de turbinas eólicas. O negócio não foi muito explorado na imprensa, afinal foi rodeado de grandes segredos, mas levantou as suspeitas de que a Google poderia estar trabalhando em projetos envolvendo a produção de energia limpa.
De um jeito ou de outro, é bem provável que muitos auxílios tecnológicos para o nosso futuro estejam sendo pensados e elaborados dentro das salas deste misterioso laboratório da Google.
Fonte: Tecmundo
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