Tecnologia de impressão 3D vira realidade para o consumidor brasileiro
Armas, estações espaciais, órgãos e agora até em pizza vai dar. As possibilidades das impressoras 3D são muitas. Os cientistas apostam cada vez mais no desenvolvimento desta tecnologia, que começa a chegar, aos poucos, nas residências brasileiras. O número de aparelhos disponíveis para o usuário final no país vem crescendo, mas eles ainda são caros e possuem algumas limitações no que se refere ao material que pode ser impresso e ao tamanho do artigo final.
A empresa Robtec vende, desde abril, o modelo de uso pessoal fabricado pela 3D Systems. A impressora Cube custa R$ 6.990 e produz objetos de plástico ABS ou PLA de até 14 cm de largura, comprimento e profundidade.
Duas empresas nacionais já comercializam suas próprias impressoras 3D. A gaúcha Cliever vende seu carro-chefe Cliever CL1 por R$ 4.650. Já o modelo da paulistana Matemáquina custa R$ 3.700. Ambas também imprimem em filamentos de plástico ABS e PLA.
Quem tem mais habilidade com a tecnologia pode comprar um kit para montar em casa, alternativa mais barata. Esse é o caso de Tiago Ramalho Pinheiro, técnico em informática, programação PHP e robótica. Ele adquiriu uma impressora RepRap por R$ 2.200 e tem estudado formas de usar o equipamento para imprimir partes dele mesmo. “Uma pessoa que tem uma impressora desta pode duplicá-la e vender”, explica. E acrescenta que essa é uma maneira de reduzir o custo de produção da máquina.
Possibilidades e limitações dos modelos mais acessíveis de impressora 3D
Além da possibilidade de produzir as suas próprias peças, a impressora 3D serve a muitos outros propósitos. O usuário pode criar em casa brinquedos em miniatura, utensílios domésticos e acessórios, como pulseiras, anéis e armação para óculos e capas de celular, por exemplo.
Ainda que sejam infinitas as possibilidades, os modelos mais acessíveis para o consumidor final ainda esbarram em algumas limitações. Além das restrições de tamanho e material, a impressão é lenta e a qualidade do produto muitas vezes deixa a desejar.
Outro ponto que pode dificultar a experiência com o equipamento é a necessidade de trabalhar com softwares de edição em três dimensões, como o AutoCad, o 3D Studio Max, o Blender e o SketchUP. Em geral, as impressoras 3D têm suporte a arquivos com extensão .STL e é preciso saber trabalhar com este formato.
Entretanto, sites na internet já disponibilizam desenhos prontos para o usuário baixar, o que pode facilitar bastante o uso do equipamento. Um bom exemplo é o Thingiverse, citado pelo site da MakerBot, uma das principais fabricantes de impressora 3D.
Empresa nacional oferece serviço para imprimir projeto do usuário
A start up Imprima 3D, sediada em São Caetano do Sul, São Paulo, foi fundada no final de 2011 com o objetivo de imprimir os protótipos de pessoas do Brasil inteiro. A ideia é simples: basta subir o arquivo nos formatos .STL ou .WRL que o site calcula o orçamento por volume em cm³ e oferece o valor da impressão em cada um dos materiais disponíveis. Também é possível encomendar objetos idealizados por outros designers.
Segundo Vinicius Dourado, gestor de e-commerce da empresa, a start up já recebeu mais de dois mil pedidos. Algumas encomendas são inusitadas: “Já pediram por exemplo um sutiã em 3D, mas é constante solicitarem a impressão de santinhos, parentes, cachorros.”, explica . Dourado avisa que, na prática, é possível imprimir objetos com esses moldes, mas é necessário que o projeto seja enviado em um formato que a impressora reconheça.
Para quem não tem um equipamento em em casa, mas quer ver o seu protótipo se tornar real, o serviço pode ser uma boa opção. “Hoje imprimimos praticamente de tudo: joias, bonecos, toy art, objetos de decoração, peças técnicas para indústria alimentícia, médica, moveleira”, afirma. O importante é saber trabalhar com os softwares especializados para que o projeto saia o mais próximo possível do esperado.
O designer Alexandre Neto, de Sorocaba, é cliente do serviço e se diz satisfeito. “Hoje não preciso trabalhar mais com sites de impressão de fora do Brasil”. Ele começou a estudar a tecnologia quando percebeu a facilidade de enviar suas criações para as empresas com que tinha parceria. “Eu fazia esculturas da maneira tradicional, com a mão na massa. Agora envio o arquivo e o modelo é entregue em poucos minutos. Se eu pudesse, eu teria umas três impressoras 3D em casa”, se diverte. Quem sabe um dia.
Fonte: Techtudo
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